O invisível mercado tangível da atualidade

Cada vez mais, não só a economia como diversos outros setores são pautados em dados, o que mostra uma digitalização quase que em todos os segmentos, nos fazendo verificar os contextos e informações disponibilizadas de forma intangível, ante as declarações físicas de outrora.

Dentro do vasto cenário econômico, informações como dados bancários, valores de ações em Bolsa, capacidade de pagamento e condições de entrega de serviço por preço combinado, não passam de notícias informadas de boa-fé, mas que não se tem garantia comprovada que aquilo seja totalmente autêntico. Estamos entrando na era da Lei Geral de Proteção de Dados, onde muitas informações deverão ter total proteção em suas divulgações e transparência para quem a fornece, mas que não extingue seu provedor fazer valer a veracidade das informações prestadas.

Neste cenário, vale mencionar um fato ocorrido há poucos anos, que se encaixa perfeitamente neste tema abordado. Estamos falando de Eike Batista, o brasileiro com maior ranking na lista da revista Forbes, o criador de inúmeras empresas de engenharia e serviços. De grande influência, detinha contato com políticos, investidores e grandes nomes no Brasil e exterior, sempre buscando estudar os melhores caminhos a fazer suas empresas seguirem. E assim ele foi comprando lotes, terras, setores e informando que algo valioso seria extraído dali, seja petróleo, diamante, minérios, onde havia um grande capital futuro a ser alcançado.

Sua forma de condução e postura no mercado financeiro, sua abordagem e seus feitos até então, atraíram inúmeros investidores e financiadores, grandes corporações e stakeholders interessantes nos ganhos e recebimentos do produto final, mas que para isso, precisavam investir pesado no início. E assim foram feitas as divulgações do que teria, quantidades, valor de mercado inicial, valor futuro, permanência do negócio, etc. E, sem nenhuma de suas empresas terem entregado o que foi acordado, ele já era um dos homens mais ricos do mundo, tinha empréstimos milionários concedidos por bancos de todas as partes, era dono de hotéis e diversos outros empreendimentos. E quase tudo isso porque, antes de ele ser um bom investidor, ele era um excelente “vendedor de sonhos”, fazendo os interessados acreditarem em suas metas, provando por dados e informações, sem ter acontecimentos tangíveis para justificar. E desta forma, foi construindo seu império (que já desmoronou), onde temos uma relação bem estreita entre dados informados e fake news, pois ele não conseguiu justificar seus planos, não mostrou os resultados vendidos e o mercado enxergou que ele estava vendendo algo totalmente intangível e inalcançável, se utilizando de dados que não existiam. Talvez no cenário atual, ele teria bem mais dificuldade para fazer todo esse processo, já que as informações são constantemente checadas e em tempo real, onde um grande nome não é sinônimo de credibilidade e principalmente após a operação Lava Jato, que são os homens do topo os maiores a serem temidos e os que possuem mais risco em potencial.

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